ALGUNS PONTOS IMPORTANTES SOBRE O EJA


ALGUNS PONTOS IMPORTANTES SOBRE O EJA 


1) Os desafios a serem enfrentados nessa modalidade de ensino. Um dos maiores desafios é criar um sistema capaz de atender a diversidade de alunos (negros, brancos, indígenas, pescadores, ribeirinhos, mulheres, idosos, trabalhadores empregados ou desempregados, livres ou em privação de liberdade, pessoas com necessidades educacionais especiais...), a intersetorialidade (trabalho, ambiente, saúde, cultura, sociedade, governo...) é outro desafio relevante, e tudo, devidamente observado nas diferentes etapas de vida do educando, de forma a possibilitar o aprendizado permanente. 

2) O ingresso e a permanência dos alunos na EJA. Apesar da evasão e da repetência detectada, é certo que estes alunos visam à ascensão profissional, e este é um dos fatores de ingresso na EJA. Assim, os cursos devem atender a esta necessidade. A permanência destes alunos, depende de um fator primordial, que é a capacitação e qualificação dos educadores. Docentes preparados e qualificados de forma a atender às suas necessidades para sua participação como profissional e cidadão.

3) O contexto social e cultural dos alunos que frequentam a EJA. Os jovens e adultos que frequentam o EJA, possuem histórias, com trajetórias ético-raciais, do campo e da periferia, em sua maioria. Os jovens antes interditados, são hoje, produtos da escola (dificuldades, analfabetismo...). Adultos e jovens com marcas específicas de insegurança sobre o hoje e o amanhã, que não sabem ler ou escrever, ou são pouco escolarizados. Estes sujeitos precisam ser compreendidos como sujeitos sociais, ativos e autônomos. 

4) A formação dos profissionais para a EJA. Além de toda a qualificação exigida para um bom professor, o preparo do docente voltado para o EJA deve estar preparado para interagir empaticamente com os educandos, estabelecendo o exercício do diálogo (Processo contínuo). No intuito de refazer a educação para criar alternativas pedagógicas que favoreçam o aparecimento de pessoas solidárias, preocupadas em superar o individualismo criado pela exploração do trabalho. 

Deste modo, o docente da EJA deve saber trabalhar tudo relacionado à vida do aluno, ensino contextualizado, se não o mesmo não terá viabilidade. De fato, como diz, Paulo Freire: “Ensinar exige disponibilidade para o diálogo”. 

5) As políticas públicas para a respectiva modalidade de ensino. Elas precisam financiar de forma mais adequada os programas educacionais, para poder-se atingir a qualidade buscada, a EJA exige uma flexibilidade maior, o que a torna mais vulnerável e dificulta a obtenção de recursos, ficando mais sujeita aos cortes orçamentários. Certamente não bastam se estabelecer objetivos e aprovar leis, precisamos mais, conhecer a escola, o aluno, o currículo e os mecanismos necessários para a mudança. 

E ainda, conhecer as desigualdades a serem superadas, inclusive a inclusão, permitindo a diversidade (intergeracional). Infelizmente, hoje, apesar das conquistas alcançadas, ainda vislumbramos improvisações no uso de instalações, alocação de professores cedidos ou sem a fixação no estabelecimento, que dificultam a realização da educação almejada. 

* TEORIA E PRÁTICA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 

Nice Aranha 
Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais
Pedagoga Social/Pedagoga

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